terça-feira, 6 de agosto de 2013

Psicopedagoga??




Foi na escola de seu filho e a professora te disse para procurar uma psicopedagoga? E agora? 


Entenda o que este profissional faz e como ele pode ajudar.....



1. O que é a psicopedagogia?
A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

2. Quem são os psicopedagogos?


São profissionais preparados para atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

3. Onde atuam?

O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional), na clínica (psicopedagogia clínica).

4. Como se dá o trabalho na clínica?

O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos tais como, provas operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.
Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da freqüência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Neste momento não é recomendável falar sobre o histórico do sujeito, já que isto poderá contaminar o diagnóstico interferindo no olhar do psicopedagogo sobre o sujeito. O histórico do sujeito, desde seu nascimento, será relatado ao final das sessões numa entrevista chamada anamnese, com os pais ou responsáveis.

5. O diagnostico é composto de quantas sessões?

Entre 8 a 10 sessões, sendo duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada.

6. E depois do diagnóstico?

O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.

7. E o tratamento psicopedagógico?

O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo.
Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.
O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.
Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.
O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.
O psicopedagogo precisa estudar muito. E muitas vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar idéias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica.

8. Como se dá o trabalho na Instituição?

O psicopedagogo na instituição escolar poderá:

- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;
- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;
- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;
- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;
- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;
- conversar com os pais para fornecer orientações;
- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;
- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.

9. O que é fundamental na atuação psicopedagógica?

A escuta é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.
O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.
E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.

Deseja saber mais sobre o Diagnóstico Psicopedagógico Clínico?




Espaço Aprender - Rua Pedro Andreazza, 165 - 4º andar  - 3533 0040 
(em cima da Panificadora Videira) 

Marlene Gonzatto - Psicopedagoga Clínica e Institucional - ABPp-SC: 326/2008


Casaco high-tech “abraça” crianças autistas para reduzir ansiedade

Marina Maciel 5 de agosto de 2013

A jaqueta da foto acima, definitivamente, não é uma peça de roupa comum. Idealizada para oferecer o conforto de um abraço a crianças com autismo quando o contato físico com os pais não é possível, ela pode reduzir a ansiedade e as reações nervosas das crianças.
Controlada remotamente pelos pais da criança, por meio de um aplicativo para smartphone ou tablet, a T.jacket detecta sinais de hiperatividade e indica a intensidade da pressão e a hora em que é preciso simular o abraço. Quando acionada, pequenas câmaras de ar dentro da peça se inflam para simular um abraço.
Segundo o fundador da empresa Cingapura T-ware, James Teh, ao acalmar as crianças, a jaqueta também pode ajudar a reduzir transtornos de aprendizagem. Isso porque crianças com autismo têm maior probabilidade de reagir abruptamente a novos ambientes, mudanças na rotina, sons fortes e novos rostos – e essas reações podem atrapalhar o aprendizado e o desenvolvimento. Assista ao vídeo do produto, abaixo:
“Um abraço faz bem a qualquer um. Provoca a mesma sensação de uma massagem”, explica Teh. O empresário espera que a invenção também agrade aos adultos que precisem de um abraço e dos efeitos terapêuticos do contato físico. Pena que a jaqueta ainda é tão cara: US$ 499, ou aproximadamente R$ 1.145.
A invenção só comprova que abraço é bom sempre, para dar e receber, em qualquer situação. Se é preciso mais argumentos para colocá-lo em prática, aqui vão algumas boas razões para você abraçar quem gosta agora mesmo: além de ser uma boa forma de comunicação, o contato físico pode ajudar a diminuir a pressão arterial, o que ajuda a reduzir o risco de doenças cardíacas, estresse e ansiedade.
O que você está esperando para abraçar quem está ao seu lado, agora?

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/casaco-high-tech-abraca-criancas-autistas-para-reduzir-ansiedade/

SÉRIE SOBRE AUTISMO - PARTE 1

'Autismo: Universo Particular' aborda temas distintos relacionados ao transtorno como sintomas, diagnóstico, direitos e benefícios com tratamento e educação, bem como o futuro dos pacientes através da inclusão no mercado de trabalho.

O cérebro foi para a escola


Os professores de colégios públicos e particulares agora têm aulas sobre o funcionamento cerebral para desenvolver novas e eficazes formas de ensinar

CAMILA GUIMARÃES
FORMAS E FIGURAS Carolina Guimarães com seus alunos. Depois de estudar neurociência, ela passou a enfatizar mais a geometria para estimular a memória das crianças (Foto: Letícia Moreira/ÉPOCA)
Durante os últimos cinco anos, Claudia Simões Lacerda, de 44 anos, esteve às voltas com textos sobre como funciona o sistema nervoso humano e como se comportam os neurônios e são formadas as redes neurais. Faz parte de seu trabalho ler livros e artigos de neurocientistas como Eric Kandel, Stanislas Dehaene, Nicolas Zavialoff, Roberto Lent ou Ivan Izquierdo. A cada quinzena, ela se encontra com um grupo que estuda os mesmos princípios da biologia. São colegas de profissão que se reúnem para discutir o que aprenderam e trocar ideias sobre como a neurociência pode ajudar a melhorar seu trabalho. Claudia não é neurologista. Nem psicanalista. Ela trabalha com outra especialidade bastante ligada ao cérebro. É professora de educação infantil do Colégio Santa Maria, em São Paulo. Faz parte do seleto grupo de professores brasileiros que levam a sério o uso das descobertas da neurociência na escola. “Esse conhecimento mudou meu jeito de dar aula”, afirma.

Claudia, professora há 24 anos e formada em pedagogia, já sabia da importância do uso do desenho para estimular seus pequenos alunos de 3 e 4 anos. Ela aprendeu com a neurociência que desenhar estimula a formação de estruturas neurais da memória. E que acumular e consolidar acervos de memória pode ajudar no aprendizado futuro da criança. A partir daí, Claudia fez ajustes em suas aulas. No projeto em que os alunos plantam uma flor e observam diariamente seu desenvolvimento, ela introduziu o desenho da planta pelo menos três vezes por semana. Os alunos também passaram a realizar procedimentos de pesquisa que lembram os estudos de gente grande. Com a ajuda dela, registram suas impressões num caderno, onde anotam as mudanças na evolução da planta. “Fazer registros sistemáticos é fundamental para consolidar a memória”, diz.
A formação da memória é um dos principais focos dos estudos da neurociência, ramo do conhecimento que estuda o sistema nervoso. Ela ganhou fama na década de 1990, nos Estados Unidos, tamanha a prioridade dada ao financiamento de pesquisas sobre o comportamento e as características do cérebro humano. Os resultados dessas pesquisas se tornaram populares com as imagens luminosas de ressonâncias magnéticas mostrando que áreas do cérebro são ativadas (ou acendem nos monitores) no exato momento em que se ouve uma música ou se aprende algo novo. Saber como o cérebro registra novas informações e como a memória guarda as antigas abre a possibilidade de usar a neurociência em sala de aula. “Saber como funciona o próprio cérebro e o dos alunos pode ajudar o professor a dar mais apoio à aprendizagem”, diz a neurocientista e educadora Elvira Souza Lima.

Elvira, também formada em psicologia, pedagogia e sociologia, é quem coorde­na o grupo de estudos dos professores do Colégio Santa Maria e de outras escolas particulares de São Paulo, além de atender redes públicas municipais em Minas Gerais. Seu trabalho é ensinar aos mestres o que a teoria científica diz sobre o cérebro e ajudá-los a encontrar a melhor prática dentro da sala de aula.
>> Lise Eliot: "Pais devem evitar rotular os filhos de acordo com o sexo” 

Professora há 12 anos, Carolina Guimarães, de 32, trabalha formas geométricas semanalmente com seus alunos de 5 anos, no Colégio São Luiz, em São Paulo. “A geometria costumava ficar em segundo plano”, diz. “Mas a percepção das formas é, assim como o desenho, um estímulo para formar as redes neurais da memória.” Aluna de um dos cursos que Elvira deu no São Luiz, Carolina teve seu primeiro contato com estudos sobre o cérebro numa especialização de dois anos, quando estudou neuropediatria.
MENTE Elvira com professoras, numa aula sobre neurociência. Ela dá orientação em escolas particulares e redes municipais (Foto: Letícia Moreira/ÉPOCA)
Há poucos professores e pedagogos dedicados a estudar e pesquisar neurociência no Brasil. Em países como Inglaterra, França e Estados Unidos, a relação entre o conhecimento do cérebro e o que se aprende na escola está mais avançada. Em 2000, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou um relatório especial para defender a importância de integrar o conhecimento gerado pela neurociên­cia às práticas pedagógicas das escolas. A partir de 2007, surgiram publicações científicas respeitadas sobre o assunto. Na França, o currículo da educação infantil foi feito com base no que se sabe sobre o desenvolvimento humano.

A maioria das pesquisas feitas sobre aprendizado e cérebro parte do olhar dos neurocientistas. Ainda não há levantamentos que meçam os resultados da neurociência na educação. Sabe-se pouco sobre em que medida esse conhecimento pode ser eficaz para aumentar o desempenho escolar das crianças. “Até agora, só os neurocientistas falaram. Falta ouvir os pedagogos”, diz Elvira. “A neurociência vai até a porta da sala de aula. O que acontece lá dentro é com o professor.”

O perigo neste momento é criar brechas para mais um modismo inócuo na educação. Algo na linha daqueles que expõem bebês à música clássica, na ilusão de que crescerão mais inteligentes. Ou daqueles que atribuem às meninas um cérebro mais adequado para aprender as disciplinas escolares que aos meninos. Aprofundar os estudos dos professores em neurociência é uma das formas de evitar esses modismos. “Os educadores precisam se apropriar desse saber para evitar cair em armadilhas”, diz Claudia Lopes da Silva, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Mesmo que a neurociência não seja a solução mágica para ensinar melhor, sua chegada às escolas tem um grande valor. Quando os professores entram num grupo de estudos, dedicam-se a ler e a refletir sobre sua prática, entram em contato com conhecimentos científicos recentes, começam a questionar o que aprenderam na faculdade e já passam a ensinar melhor. Ficam mais empolgados com a profissão e são estimulados a experimentar novidades na sala de aula. “Na primeira vez que Elvira mostrou o que acontece no cérebro quando uma criança aprende, a vontade que deu foi de saber mais, de estudar mais”, afirma Carla Brenes Teixeira, professora de educação infantil do Colégio Porto Seguro, de São Paulo.

Carla mudou também seu próprio jeito de aprender. Estimulada pelas aulas de neurociência, adotou em seu dia a dia a mesma prática de registro sistemático usada com os alunos. Ela escreve tudo: o que foi feito em sala de aula, os resultados dos trabalhos com os alunos, observações sobre o desempenho das crianças. Antes, escrevia no tablet. Segundo alguns neurocientistas, como Elvira, a escrita à mão parece ser mais eficaz para ativar as redes de neurônios associadas à memória. “Agora uso menos o tablet, anoto tudo num caderno”, diz Carla.

Outro efeito positivo da neurociência sobre o trabalho docente é determinar que toda criança é capaz de aprender. Quando isso vira um fato científico, o professor muda a maneira de lidar com alunos com aprendizagem defasada. Há dois anos, Elvira foi chamada pela rede municipal de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, para ajudar 141 professores a recuperar alunos do 4o e 6o anos que não sabiam nem sequer ler e escrever. “Ela mudou a organização do conteúdo das aulas”, diz Léa Alves, coordenadora pedagógica da rede. Se o verbo de ação mobiliza mais a área cerebral, como diz Elvira, por que não organizar a escrita das crianças a partir dele? Na hora de orientar uma redação sobre o que cada aluno fez no fim de semana, os professores passaram a enfatizar os verbos das frases: correr, brincar, viajar etc. A partir deles, ficou mais fácil para os alunos pôr suas ideias no papel. “São medidas simples com resultados gigantescos”, diz Léa. A grande mudança está na cabeça do professor. 

Fonte: http://epoca.globo.com//vida/noticia/2013/07/o-cerebro-foi-bpara-escolab.html