sábado, 26 de maio de 2012


Na semana passada fiz uma síntese desta fase magnífica da vida humana, que chamamos de infância. Agora, veremos o primeiro período que compreende de 0 aos 3 anos de idade. Neste período o ser pequenino requer um cuidado muito especial; orientação e estímulos sempre que estiver acordado. A sua aprendizagem e desenvolvimento necessitam de exemplos, ações e atitudes como: Tocar, segurar, confortar, embalar, cantar e falar são atos que poderão parecer insignificantes para os adultos, porém, surpreendentes aos pequeninos. Estes gestos, são os melhores brinquedos e artimanhas natural de brincar com o bebé ou acalmar uma criança perturbada. Mas, estas interacções são mais do que isso. Proporcionam exatamente o estímulo que seu cérebro em crescimento necessita. 

As carícias afetuosas e as palavras de incentivo dizem ao seu bebé que ele é especial. E quando o bebê se sente amado por ser quem é, aprende também a amar os outros da mesma forma. Por volta desta idade, as crianças começam a desenvolver o sentido do “eu” e partilhar pode ser particularmente difícil. A criança sabe o que quer e quando o quer, mas o seu cérebro ainda não consegue decifrar totalmente os sentimentos ou pontos de vista das outras pessoas. 

Embora as crianças possam compreender o que diz quando lhe pedem para não tirar algo da mão de outros, é difícil não agir de acordo com os seus impulsos. Pense como é difícil para si, um adulto maduro, evitar comer os tão desejados chocolates assim que decide entrar em dieta. O controle dos impulsos no adulto é testado pontualmente; nas crianças, este teste surge várias vezes por dia. A capacidade de exercer um maior auto-controle vem com o tempo, o amadurecimento do cérebro, a prática constante e com a ajuda de adultos afetuosos em sua educação. 

Ao orientar crianças pequenas a identificar os seus sentimentos e mostrar-lhes, e preciso praticar para que possam aprender, como controlar os seus impulsos. Tal ensinamento, precisa ser repetido sempre que houver uma situação problema. Esse aprendizado só irá ocorrer de forma independente ao longo da vida, ou seja, quando atingir outro período da infância . 

Algumas formas de ajudar as crianças a controlar os seus impulsos e a resolver conflitos: 

Proporcione uma boa, e vasta orientação, busque leituras que auxiliem ou profissionais qualificados; 

Compreenda que as crianças estão menos dispostas a obedecer quando estão cansadas ou não se sentem bem, portanto, lembre que criança não é adulto; 

Utilize elementos de distração e brincadeiras para acalmar quando necessário e evite disputas; 

Tenha um comportamento social positivo e uma atitude de partilha nas suas interações diárias com as crianças e os adultos do seu meio. 


Papai e Mamãe, para que eu possa ser saudável preciso: 

De alimentos saudáveis para uma boa formação física e obter os nutrientes que necessito para minha saúde; 

Ganhar carinho, ouvir sua voz, receber carícias desde o ventre materno. Isso me dá segurança e prova que me desejam; 

Ao viver turbulências emocionais ter a tranqüilidade de resolvê-las, me ensina a ser resiliente; 

Entender que existe emoções ruins e boas, porém a certeza que tudo passa; 

Saber controlar meus impulsos. Aprenderei com papai e mamãe; 

Poder me mostrar ao mundo sem medo ou vergonha. Irei fazer parte dele; 

Que minha família num esforço por amor, elimine qualquer vício; 

Viver e sentir um ambiente de muita harmonia seja onde for. Que os adultos saibam resolver os problemas com inteligência e discernimento, sem prejudicar a infância de todo ser. 

É preciso olhar nos olhos da criança, passar certeza do amor pela vida, independente dos percalços da vida. Ensiná-los desde pequeninos, que tropeçar, cair e se machucar não é feio nem vergonhoso, porém ter a coragem de parar, levantar e medicar o machucado. É uma grande virtude que poucos adultos carregam em seus corações. 

Ensinar uma criança a reconhecer seus erros e fraquezas é consolidar seu terreno emotivo; é ensinar a ser humano nos altos e baixos da vida. Afinal, o mundo preciso de seres humanos capazes de viver, perdoar e amar verdadeiramente. Só assim, poderemos diminuir os altos índices de depressão. 

Com muito carinho! 
Marlene Gonzatto 
Psicopedagoga Clínica e Institucional 
ABPp-SC 326/2008





sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ser criança e ser adulto



A natureza é maravilhosa e o ser humano sublime. Sublime por ser imagem e semelhança de Deus. Por isso devemos por em prática os ensinamentos de Jesus Cristo. No entanto, devido a muitos valores considerados ultrapassados, vivemos dias de barbáries.
Em todas as empresas ou instituições do mundo, existe hierarquia. Até porque, caso não ocorra tal respeito, nada irá progredir. E na principal empresa “A família” está o caos. Quem deveria ditar as regras (os pais), não sabe o que fazer. E quem deve cumprir as regras (os filhos), acha que deve e pode chefiar esta empresa ao qual exerce nenhuma função, pois não há quem lhe ensine, qual deveria ser as suas funções.
Esta falta de orientação e educação familiar é a grande preocupação dos professores, psicopedagogos, psicólogos, neurologistas e psiquiatras.
Atualmente, 20% dos adolescentes sofrem de depressão e, segundo afirmação do Institute for Social Research, da Universidade de Michigan, 50% da população mundial tiveram ou desenvolverá algum tipo de transtorno psicológico durante a vida, tais como fobias, stresses, ansiedades, anorexia nervosa, transtornos de conduta, entre outros. A característica da criança é a dependência: a criança depende em tudo de seus pais.

O relacionamento entre pais e filhos, professores e alunos, e entre amigos, estão cada vez mais superficiais. Os jovens encontram dificuldades para dividirem suas histórias e lágrimas. Estão presencialmente ligados, porém emocionalmente mais distantes. É necessário que nos adaptemos aos avanços tecnológicos sem perder de vista a sensibilidade humana. 
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em dezesseis cidades brasileiras mostrou que 58% dos adolescentes de 12 a 14 anos fizeram uso de drogas pelo menos uma vez na vida. Segundo estudos do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo, a dependência do álcool aumentou 30% entre homens e 50% entre as mulheres no Brasil (por exemplo) em relação há dez anos. E outros estudos mostram que em quatro anos o consumo de drogas anorexígenas cresceu 100%.
 
Estatísticas como essas são realmente alarmantes. Precisamos buscar ajuda quando iniciarem os problemas e colaborar para que nossos jovens se transformem em líderes e atores principais no teatro social, com saúde emocional e projetos de vida.
Sabemos que as escolas e os educadores almejam a mudança dessa realidade, mas tem dificuldades de encontrar meios eficazes para que isto aconteça, pois, muitos pais não aceitam auxilio e muito menos o encaminhamento a um especialista.
Seria utopia ou realidade para alguns seres humanos, mas, para quem vive diariamente em ambientes repleto de crianças e jovens (observando seus comportamentos) seria caso de urgência, reverter as atividades para:
 
1 – Estimular as funções mais importantes da inteligência dos alunos: pensar antes de reagir, colocar-se no lugar dos outros, trabalhar perdas e frustrações, libertar a criatividade, formar pensadores, proteger a emoção, gerenciar pensamentos, consolidar a auto-estima, desenvolver a consciência crítica, elaborar sonhos e projetos de vida, adquirir resiliência às intempéries sociais. 
2- Estimular o treinamento do caráter: perseverança, honestidade, espírito empreendedor, debate de idéias, disciplina, tolerância, liderança, solidariedade, capacidade de recomeçar, educação para o trânsito e educação para o consumo.
3 – Fornecer ferramentas para o desenvolvimento emocional, como: trabalhar insegurança, ansiedade, agressividade, sentimento de culpa, falta de transparência e discursar temas como prevenção ao uso de drogas e consumo consciente.
4 – Enriquecer as relações interpessoais através do diálogo, do debate de idéias, da educação para a paz e do trabalho em equipe.
Estes são os principais objetivos da escola de inteligência do psiquiatra Augusto Cury.
Alguns temas, já são trabalhados na escola, mas, na maioria dos lares o exemplo dos pais acaba deletando o que a escola ensina nas 4hs. do dia.
 
Apesar de todo avanço tecnológico e científico, o homem continua o mesmo de há milhares de anos, precisando de controle externo para poder conter os seus instintos primitivos, e para pautar as suas relações com o outro.

Segundo o psiquiatra Augusto Cury, no livro "A pior prisão do mundo", não é possível produzir homens maduros que sabem se conduzir se eles não aprendem a autocrítica, a pensar antes de reagir, a estabelecer limites para seus comportamentos e, principalmente, se não aprendem a desenvolver a sabedoria de viver e conviver com seus semelhantes.
Esta é a diferença de ser criança e ser adulto. Toda criança precisa dos cuidados, ensinamentos e exemplos dos adultos que lhe cercam, para crescer com saúde física e psíquica. Só os adultos (pai e mãe) são responsáveis por nossas crianças.

Na dúvida, busque, pense e reflita. Qual futuro deseja para seu filho ou filha? Que seja punido e amado por quem lhe deu a vida e que só quer ver a felicidade, ou por quem quer só punir para assim, poder manter a ordem e o sossego na sociedade.
Papai e mamãe, a criança é um presente divino para nos redimir das nossas fraquezas e erros. Seja forte o suficiente para ensinar sua criança a ser 10x melhor que vocês. E quando não conseguir, tenha a coragem e determinação para buscar ajuda do especialista que lhe for encaminhado.
Que Deus abençoe cada pai, mãe e professor, nesta sublime missão de educar e ensinar.


Abraço de paz e luz!
Marlene Gonzatto
Pedagoga e Psicopedagoga Clinica e Institucional
ABPp-SC 326/2008